Nem contra o Ministério, nem a favor do Ministério do Trabalho. O Sindicato dos Trabalhadores Gráficos e a sua luta por um contrato colectivo de trabalho próprio (Córdoba, 1985-1995)

Resumo

Este artigo investiga a descentralização da negociação colectiva na província de Córdoba através do caso da Unión Obrera Gráfica Cordobesa (UOGC). A delimitação temporal explica-se pela confluência entre a criação do Ministério do Trabalho provincial e o progresso do sindicato no sentido da assinatura do acordo colectivo de trabalho. Neste sentido, o artigo reconstrói a convergência entre a estratégia do sindicato gráfico e as políticas laborais nacionais e provinciais, especialmente em relação ao formato da negociação colectiva. A hipótese sustenta que a estratégia da UOGC, para alcançar a autonomia política na gestão do seu sistema de segurança social, colidiu com a disponibilidade do governo para descentralizar as negociações com os sindicatos, embora o conteúdo ideológico que ambos os organismos lhe deram fosse diferente. Analisando fontes primárias e entrevistas orais, o artigo investiga os efeitos da mudança tecnológica no sector, que implicou reduções de pessoal e a necessidade de formação dos trabalhadores. Neste contexto, onde as necessidades laborais, assistenciais e tecnológicas se sobrepunham às políticas laborais implementadas no contexto da crise económica, a UOGC foi uma das primeiras organizações sindicais a celebrar com sucesso acordos de negociação colectiva a nível provincial.